26 dezembro, 2014

Desabafo de um solitário

E de repente, se via sozinho, tão solitário. Talvez abandonado? Quem sabe.

Vivia buscando algo que preenchesse aquele vazio que sentia dentro do peito.

Vazio, era essa a palavra que usava para descrever aquela sensação.

Era tudo ilusão!

Não havia algo que o completasse realmente. Nada o preenchia, nada saciava aquela sede que sentia em sua alma.

Não sabia bem o que era aquilo que sentia, não conseguia interpretar, compreender e entender qual o sentido daquela busca incessante.

Por vezes sentia-se triste, por vezes esgotado, e até cansado de tudo e de todos.

Porém, ao mesmo tempo, o que mais queria era “tudo e todos” bem perto de si, assim podia sentir-se mais seguro.

Por que tanto medo da solidão?

Imagem da Internet

Buscava algo em todos os momentos, frequentava lugares diferentes, com pessoas diferentes, em horários diferentes, tudo isso para ver se aquela sensação de vazio desaparecia.

De nada adiantava!

O caso é que não havia aprendido a conviver consigo mesmo. Talvez fugisse de seu próprio “eu”, ou melhor dizendo, talvez não, mas com certeza ele fazia isso.

O que havia de tão sombrio naquele ser? O que o fazia querer fugir da sua própria realidade?

Não é uma tarefa tão simples assim, pois requer muita coragem, muita força e muita vontade de entrar em contato com conteúdos internos, principalmente aqueles que causam sofrimento, lembranças, entre outras coisas.

Talvez fugir fosse o caminho mais fácil mesmo, achava melhor buscar no outro, ou mesmo em coisas materiais, aquilo que não conseguia encontrar em si mesmo.

Poderia ser pela insegurança, falta de confiança em si próprio, medo da rejeição advinda do outro, quem sabe?  São inúmeras questões.

Por mais que ele buscasse se encontrar através de pessoas, lugares e objetos, o tal “vazio” sempre achava o caminho de volta.

Na verdade ele só queria sentir-se bem. Bem consigo mesmo, com seu “eu”. Mesmo que fosse por algumas horas, instantes, minutos. Ele só queria sentir-se livre, liberto daquilo que o oprimia.

Mas a realidade é que ele ainda não se conhece, ainda não teve a oportunidade de encontrar em seu mundo interno aquilo que necessita buscar no externo.

Não tem a noção de que as respostas de suas perguntas podem estar no “silêncio”, na “calma”, no seu “eu”, no seu “âmago”.

Contudo, ele terá seu tempo, o momento exato em que perceberá quem realmente é e qual o seu papel e seu sentido no mundo.

Fugir de si mesmo é a real ilusão.

Quer um exemplo?

De nada adianta reformar a fachada de sua casa, deixando-a linda e impecável e por dentro tudo continuar igual, com as mesmas goteiras, com o mesmo mofo e bolor, com os mesmos problemas, você vai fazer o que quando acordar e perceber que tudo está como antes? Ou vai preferir viver na fachada (de sua casa)?


Então, depois de ter lido até aqui, te proponho uma coisa: Pense por instantes, como anda o interior de sua casa?

Imagem da Internet alterada por Jacqueline Sanchez


Texto: Psicóloga Jacqueline Sanchez - Essência Humana em Foco

3 comentários:

  1. Sempre que leio os artigos de Jacqueline Sanches acrescenta muito em meio conhecimento pessoal e nas relações interpessoais.
    Te agradeço Jacqueline Sanches, pelo amor,compromisso e dedicação ao público nos oferecendo matérias que nos ajudam a transformar nossas vidas.
    Muito obrigada e que Deus te ilumine e te abençoe sempre.

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    1. Muito obrigada pelas lindas palavras! Fico muito feliz em poder passar mensagens para vocês! Gratidão e paz na alma!

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    2. me vi aqui ,eu sinto exatamente isso, um vazio que nao consigo preencher, ta sempre faltando algo que nao sei explicar,muito bom o que li aqui.

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