12 dezembro, 2014

Saiba a diferença entre Ato Impulsivo e Ato Compulsivo.

Você sabe diferenciar as características do ato impulsivo e do ato compulsivo?


Separei abaixo as principais diferenças, confira:




Ato impulsivo



Em oposição à ação voluntária, há os atos impulsivos, que são uma espécie de curto circuito do ato voluntário, da fase de intenção à fase de execução. O ato impulsivo abole abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão, em função tanto da intensidade dos desejos ou temores inconscientes como da fragilidade das instâncias psíquicas implicadas na reflexão, na análise, na ponderação e na contenção dos impulsos e dos desejos.
Os impulsos patológicos são tipos de atos impulsivos, nos quais predominam as ações psicomotoras automáticas, sem reflexão, ponderação ou decisão prévias, de tipo instantâneo e explosivo. Eles também se caracterizam pela incoercibilidade, ou seja, são incontroláveis (revisão em Herpertz; Sass, 1997).
O ato impulsivo apresenta as seguintes características:

Imagem da Internet

1. É realizado sem fase prévia de intenção, deliberação e decisão
2. É realizado de modo geral, de forma egossintônica. O indivíduo não percebe tal ato como inadequado, não tenta evitá-lo ou adiá-lo. O ato impulsivo frequentemente não é contrário aos valores morais e desejos de quem o pratica.
3. É geralmente associado a impulsos patológicos, de natureza inconsciente, ou à incapacidade de tolerância à frustração e necessária adaptação à realidade objetiva. Da mesma forma, o indivíduo dominado pelo ato impulsivo tende a desconsiderar os desejos e as necessidades das outras pessoas.


Ato compulsivo ou compulsão

Difere do ato impulsivo por ser reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado, assim como pela tentativa de refreá-lo ou adiá-lo. A compulsão é geralmente uma ação motora complexa que pode envolver desde atos compulsivos relativamente simples, como coçar-se, picar-se, arranhar-se, até rituais compulsivos complexos, como tomar banho de forma repetida e ritualizada, lavar as mãos e secar-se de modo estereotipado, por inúmeras vezes seguidas, etc.
Os atos e os rituais compulsivos apresentam a seguintes características:

Imagem da Internet

1. Há a vivência frequente de desconforto subjetivo por parte do indivíduo que realiza o ato compulsivo.
2. São egodistônicos, isto é, experienciados como indesejáveis, contrários aos valores morais e anseios de quem os sofre.
3. Há a tentativa de resistir (ou pelo menos adiar) à realização do ato compulsivo. 
4. Há a sensação de alívio ao realizar o ato compulsivo, alívio que logo é substituído pelo retorno do desconforto subjetivo e pela urgência em realizar novamente o ato compulsivo
5. Ocorrem frequentemente associados a ideias obsessivas muito desagradáveis, representando muitas vezes, tentativas de neutralizar tais pensamentos. O indivíduo tem um pensamento obsessivo desagradável, como a ideia de que é impuro ou contaminado, sente então, a necessidade de lavar-se compulsivamente, e isso alivia de forma transitória os pensamentos de ser contaminado. Logo após o alívio, os pensamentos obsessivos retornam à consciência do indivíduo, e ele sente-se novamente forçado a realizar o ato compulsivo neutralizador. 

(DALGALARRONDO, Paulo - Psicopatia e Semiologia dos Transtornos Mentais - 2ª Ed. - Artmed)






Por: Jacqueline Sanchez - Essência Humana em Foco

3 comentários:

  1. muito bom, obrigado pela informaçao

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  2. Fico feliz por ter gostado do post! Obrigada!

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  3. Hoje estive com uma psiquiatra que disse serem a mesma coisa. Discordei. Há literatura divergente?

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